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Cirurgia Robótica

Postado em: 11/02/2016 | Por: Murilo Luz Adm
Categoria: Blog

Cirurgia Robótica

Embora ha muitos anos a medicina estivesse buscando incorporar a robótica em sua pratica, na cirurgia isto só se tornou realidade próximo aos anos 2000. Apos varias empresas terem desenvolvido protótipos, uma companhia americana chamada Intuitive Surgical conseguiu reunir a maior parte das necessidades dos cirurgiões em um equipamento que foi então apelidado de Da Vinci Surgical System. Atualmente este então chamado “robô cirurgião” já esta em sua quarta geração e cada vez mais vem se aperfeiçoando para que possamos realizar cirurgias mais precisas.

Importante ressaltar que a palavra “robô” e utilizada de maneira inadequada já que este aparelho não executa nenhuma atividade de maneira independente e todos os seus movimentos apenas seguem os comandos do cirurgião. Apesar disto ele e capaz de filtrar possíveis tremores, ampliar a imagem e gera-la em três dimensões (3D), melhorar a amplitude de movimentos e tornar mais delicados certos passos da cirurgia.

No que consiste a cirurgia robótica?

Basicamente, longos instrumentos são inseridos na cavidade abdominal ou torácica do paciente através de pequenos orifícios. Estes instrumentos são então conectados a braços robóticos que serão manipulados a uma certa distancia pelo cirurgião que utiliza manches (joysticks) para executar tais movimentos enquanto observa tudo através de uma binocular que gera uma imagem em 3D de alta qualidade.

Este tipo de cirurgia não muda em nada a indicação dos procedimentos que deve ser amplamente discutida com seu medico e sabe-se que não são todos os pacientes candidatos a cirurgias executadas com esta tecnologia. As técnicas convencionais ou laparoscópicas “puras” podem ser mais adequadas para alguns casos.

Quais cirurgias podem ser realizadas com o uso do robô?

A cada dia novos procedimentos são incorporados a cirurgia robótica. Atualmente as cirurgias mais executadas com auxilio deste equipamento são histerectomias (retirada do útero), prostatectomias, nefrectomias (retirada do rim) radicais e parciais, cistectomia (retirada da bexiga urinaria), linfadenectomias, cirurgias de intestino como colectomia e retossigmoidectomias, cirurgias de hérnias, colecistectomia (retirada da vesícula biliar), cirurgias de obesidade (bariátricas), cardíacas, torácicas e cirurgias de cabeça e pescoço, entre outras.

Prostatectomia Robótica

Conhecida entre os médicos pela sigla em inglês RARP (Robotic Assisted Radical Prostatectomy), esta sem duvida e atualmente uma das cirurgias mais executadas com a utilização do sistema Da Vinci. Como a pelve (bacia) masculina apresenta um espaço reduzido e a próstata e envolta em muitas estruturas importantes em nosso organismo, entre elas e bexiga, intestino (reto) e nervos responsáveis que influenciam as ereções, a utilização de um equipamento que pudesse visualizar melhor esta região com maior capacidade de movimentos foi bastante atrativa.

Esta técnica hoje corresponde a quase 90% das prostatectomias realizadas nos grandes centros americanos. No Brasil, a presença deste equipamento ainda e limitada a grandes centros e os custos relacionados ao procedimento impedem a expansão do método.

Embora estudos comparativos ainda estejam em fase de execução e não tenhamos dados concretos dos benefícios desta técnica em relação as técnicas laparoscópica e aberta, estudos recentes levantam potencias benefícios relacionados a recuperação mais precoce de continência urinaria e possivelmente maior chance de recuperação de função erétil (potencia sexual). Apesar disto e devido a falta de estudos definitivos, todas as técnicas ainda são consideradas “padrão” sendo muito importante salientar que em qualquer uma delas ha a possibilidade do paciente apresentar alterações de função sexual e urinaria apos a cirurgia. O uso da tecnologia robótica não e garantia de que a cirurgia não trará consequências indesejadas.

O paciente deve discutir com seu medico sobre as diferentes técnicas e escolher aquela em que ambos medico e paciente se sintam mais confortáveis.

De maneira geral o paciente fica de 24 a 48 horas internado para a realização deste procedimento, apos a cirurgia utiliza uma sonda pela uretra durante 5 a 7 dias e um dreno abdominal geralmente por 24 horas. Em poucos dias pode retornar a suas atividades rotineiras.

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